Antes de visitar as instalações da grande usina,
todos os visitantes são convidados a assistirem um filme,
de, aproximadamente, 30 minutos, focado na descrição
das bases de constituição do acordo bilateral,
firmado entre o Paraguai e o Brasil, para construção
daquele complexo, bem como o registro das diferentes
etapas atingidas pelo cateiro de obras, assim como
a descrição das principais características de Itaipu.
Os números impressionam e a tecnologia empregada
constitui um marco na construção de obras similares,
ainda inédita em muitos aspectos.
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Um complexo onde tudo é
gigantesco. Assim é Itaipu. Fomos visitar a Usina com base em uma idéia
previamente concebida. Mas a experiência revelou-se diferente. Minha idéia
inicial era de que chegaria àquele local e encontraria um manancial de águas
projetando-se por entre as comportas. Achara, previamente, de que iria passear
pelo piso de concreto, em cima das comportas, para ver aquele caudal de água
descendo a rampa. E, ainda, acreditava que o lago contivesse pouca água
represada, a ponto de poder molhar meus pés e ver os peixinhos nadando em águas
claras.
Mas que bobagem imaginativa. Eu
estava delirando. Hoje a grande rampa permanece seca, sendo usada tão somente
nos períodos de maior cheia, como ladrão para fazer escoar as águas excedentes.
Ao contrário, hoje a água desce por tubulações gigantes para movimentar as
turbinas e, depois, retornam ao leito do rio numa profundidade de 4 metros.
Dois deles para acolher as águas procedentes da tubulação e outros dois metros
para favorecer a resfriação das águas aquecidas pela passagem da usina. O
volume de água que corre em duas das turbinas é suficiente para igualar-se às
Cataratas do Iguaçu. Acompanhe essa descrição nas fotos a seguir, de minha
autoria:
Além de gigantesco, tudo que se encontra no interior de Itaipu é repartido
por igual entre Brasil e Paraguai: metade do efetivo que trabalha na Usina é
brasileiro, outra metade Paraguaia, metade dos equipamentos é adquirido pelo
Brasil, outra metade pelo Paraguai, a obra está localizada na demarcação entre
os dois países, metade de um lado, e metade de outro.
Ao visitante são oferecidas duas
modalidades de passeio naquelas instalações: uma visita externa às edificações
e represa ou uma visita completa que compreende uma passagem pelos equipamentos
e instalações de funcionamento de Itapu, que compreende o contato com as
turbinas e salas de controle. É uma visita de caráter mais técnico que está
dimensionada para cerca de quatro horas, ou um pouco mais. Optamos, devido a
agenda previa, por fazer a visita externa, que dura, aproximadamente, duas
horas.
Após passar pelo centro de
recepção ao visitante, marcado pela apresentação do filme institucional de
construção da Usina, os visitantes se dirigem ao estacionamento para ingressar
nos ônibus à disposição. Como a quantidade de turistas é maior do que a oferta
de ônibus, há veículos públicos e, também, são utilizados os próprios ônibus de
excursão, assim como veículos alugados de agências de turismo. A foto (minha
autoria) abaixo mostra o início da viagem até a Usina:
Tivemos que aguardar cerca de 10 minutos para termos chance de ingressar no comboio, pois a fila estava grande. |
Hoje as comportas são acionadas somente quando o volume das águas é superior à capacidade operacional da Usina. Foto de minha autoria. |
Após passar pela parte externa
das tubulações que alimentam as turbinas, a caravana se dirige para a
plataforma onde se avista a represa, conforme mostra a foto a seguir:
Um esforço integrado, entre
irmãos brasileiros e paraguaios, nos deixa a impressão de que tudo é possível,
se acreditarmos na própria capacidade de materializar nossos sonhos. Além da
magnitude da obra, foram necessários, às equipes de conceberam e concretizaram
Itaipu, muito arrojo, perseverança e obstinação. Isso aconteceu durante os anos
de 1970, quando seus gestores tiveram de passar pela fase mais aguda da crise
econômica brasileira. E chegaram a alcançar um índice de nacionalização,
considerado o parceiro brasileiro, de praticamente 100%, no domínio da
construção civil, escavações e obras civis. No tocante à fabricação e montagem
dos equipamentos, a nacionalização nunca esteve abaixo de 85%.
Fico hoje a imaginar o que
poderíamos fazer desse País, se tivessemos mais gestores dispostos a exercer
seu altruísmo, do que seu egoísmo delapidador, deflagrado ainda no período
colonial brasileiro, cujas influências geraram heranças em nossa cultura e cujo
sistema educacional ainda não conseguiu debelar. Se pudessemos oportunizar uma
visita de cada brasileiro àquele complexo talvez ensejássemos uma auto-estima
maior em nossa gente e a disposição de empreender e realizar em lugar de
lamentar e se deter.
Itaipu é uma inesgotável fonte de
inspiração para novas gerações. Ao ver tantos turistas estrangeiros juntos, na
condição de visitantes, vindos de longe para vê-la, fico com a notória sensação
de que temos algo a mostrar ao mundo: nós, brasileiros, somos capazes de
superar limites, planejar e realizar, criar, recriar e transformar, numa clara
alusão ao slogan que escolhi, ao lançar o presente Blog: "O ser humano é o
artífice, cria recria e transforma".
Conheça melhor a história de Itaipu: http://www.itaipu.gov.br/nossa-historia
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