terça-feira, 4 de setembro de 2012

Convivendo com o diabetes

Metade dos diabéticos, espalhados pelo mundo, não sabe que contraíram a doença. E a metade, daqueles que sabem, não fazem nada para gerir os efeitos do diabetes em seus organismos. Como as pesquisas não abordam os motivos que levam pacientes à tamanho nível de desinformação, venho me perguntando:

O que leva as pessoas a ignorarem uma doença que é responsável direta ou indiretamente pela morte ou pela incapacidade permanente de um número crescente de diabéticos no mundo, entre elas a cegueira, o infarto, a amputação de pés, a perda dos dentes, dentre outros males? Será que elas pensam que a simples ignorância ou ingenuidade poderá salvá-los e levá-los a um processo de cura? Ou que, por não terem maiores esclarecimentos, estarão sendo protegidos de seus efeitos? Ou que haverá algum tipo de providência divina atuando a seu favor, para livrá-los de todo o mal?

Geralmente, o alcoolatra ou o fumante negam suas dependências.  Consideram que podem se livrar, a qualquer momento, de seus vícios, o mesmo podendo acontecer com aqueles que têm compulsão por comida, os que têm alguma forma de dependência quimica, os hipocondríacos, os que estão presos aos jogos de azar e tantas formas de escamotear seus males, à espera de que tudo seja resolvido sem a sua direta interveniência.

Não reconhecer problemas de saúde, que já se instalaram em seu organismo, quase sempre muito antes de pronunciar-se os seus sintomas, podem ser resultado da ausência de determinação e coragem de ver a doença de frente. De assumir a responsabilidade e o controle da situação para levar o organismo a alcançar um equilibrio, capaz de lhe proporcionar uma boa qualidade de vida. Ou até mesmo, dependendo do caso, de garantir uma longevidade que ultrapassa as expectativas de quem não possui essa doença. 

 A sabedoria popular já diz: "Quem quer gerar resultados diferentes aos até agora alcançados, tem que agir de forma diferente". A doença marca um novo ciclo de vida. E, com ele, a necessidade de mudança. Geralmente a vemos tão somente pelos males e sofrimentos que ela traz. Nossa autopiedade nos impede de enxergar os aspectos positivos que ela nos revela. Sim, o caminho é difícil, como difícil é o próprio ato de viver. Mas nem por isso deixamos de coragem para mudar.

Desde que soube ser diabético, tento enumerar alguns aspectos positivos, a saber:

1) Se eu não fizer nada, ninguém o fará por mim. A primeira iniciativa deverá ser minha, como minha será a responsabilidade de buscar soluções. Geralmente ficamos escamoteando a verdade, empurrando para cima dos outros nossas culpas, medos e indefinições. É hora de acordar.
2) Estar trabalhando por mim aumenta a minha auto-estima, o amor próprio, a confiança em mim, atitude que, muitas vezes, esquecemos, por acreditarmos que não somos suficientemente bons para merecer o melhor.
3) O medo não ajuda, só atrapalha.
4) Deixar a procrastinação de lado. Não dá para empurrar para amanhã o que deixar de fazer hoje. Pois só estarei empurrando meu problema para frente ou piorar o quadro existente hoje.
5) Tenho que aprender a ser disciplinado, ter perseverança, ver o horizonte e a longevidade das coisas que pratico, pois muitas vezes deixamos de fazer as coisas no atacado e ficamos simplesmente administrando a nossa vida no varejo e acabamos ficando no imediatismo.
6) O passado não me pertence mais, o futuro ainda não chegou e, por isso mesmo, só tenho o presente para viver. Devo aprender a viver um dia de cada vez.
7) A vida se baseia no perfeito equilíbrio. Em algum momento permiti que esse equilíbrio se desfizesse. Agora tenho de buscár novamente, dentro de mim, o caminho de volta. Para tanto, devo revisar minhas atitudes, aperfeiçoar o meu auto-conhecimento e refazer o meu projeto de vida.
8) A físca quantica nos ensina: tudo está ligado a tudo. Por isso, para encontrar esse novo moento, tenho que trabalhar pela minha cura espiritual.  Os outros são espelhos de nós mesmos.
9) Não existem erros. Há apenas aprendizado. Se errei até agora, posso reformular tudo e começar tudo de novo.
10) Todas as respostas estão dentro de mim. Eu sou a porta para o Universo. As leis da renúncia ou reversibilidade começa onde se pronuncia este desafio, o começo trazido por minha diabetes. O que fizer a partir de agora fatalmente repercutirá na eternidade.

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