quarta-feira, 6 de maio de 2015

BH: infindáveis caminhos que levam a tudo!

 Foto Fernando Sanchotene

Feira Hippie


Ir à Belo Horizonte e não visitar a feirinha hippie é quase como ir à Roma sem ver o Papa. Seu nome oficial é Feira de Artes, Artesanato e Produtos de Variedades de Belo Horizonte, ou, simplesmente, Feira Hippie. Ela acontece aos domingos, de 7h às 14h na Av. Afonso Penna. Recebe visitantes não só locais, mas, também de diversos estados e países, se constituindo em ponto de encontro para a população local.  

Segundo informações do Portal PBH, foi criada por um grupo de artistas e artesãos, em 1969, acontecendo suas primeiras edições na Praça da Liberdade, ganhando um acentuado ritmo de crescimento, até que passou a ser reconhecida em âmbito nacional. O sucesso da Feira exigiu, de seus organizadores, espaços maiores. Em 1991 foi transferida para o local atual  e sendo hoje considerada a maior feira de artesanato e variedades a céu aberto da América Latina. Calcula-se que hoje esse evento receba mais de 80 mil visitantes, que entram em contato com mais de 2.000 expositores, distribuídos em 17 setores. Segundo cálculos da PBH, a Feira emprega mais de 10 mil pessoas,diretamente, e outros 20 mil empregos indiretos. 

Cantores sertanejos alegram a visita às barracas
Variedades de produtos que vão desde roupas femininas, bolsas, sapatos, bijuterias, móveis, até comidas típicas, bebidas, formam um cardápio diversificado da culinária mineira. No local as presenças de cantores, repentistas, duplas sertanejas, ambulantes, que se misturam com o grande público frequentador, que circula entre as barracas. Ao final dessa visita, foi inevitável sairmos carregando sacolas e mais sacolas, para aproveitar preços de ocasião, sem contar com as tradicionais lembrancinhas que serão fatalmente bem apreciadas por quem não teve oportunidade de percorrer os corredores de uma feira tipicamente mineira. 

Mercado Central

Foi inaugurado em 1929, hoje possui cerca de 400 lojas que vendem de tudo: produtos hortifrutigranjeiros, artesanato, roupas, comida mineira, animais domésticos, secos e molhados, enfim, um mundo de variedades. Queijos e doces foram adquiridos para levarmos para casa, como recordação e como extensão da farta e diversificada culinária mineira. 


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Foto retirada do site https://www.google.com.br/

Museu Gerdau das Minas e do Metal 



Foto Fernando Sanchotene

Geralmente quando nos referimos à idéia de um museu, logo vem a mente um lugar que exibe coisas velhas, destituídas de vínculos com a realidade atual. Pelo menos esse não é ocaso do MM Gerdau - Museu das Minas e do Metal, localizado na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte. O acervo de mineração e metalurgia impressiona tanto pelos objetos expostos quanto sua conotação atemporal, muitas vezes apresentando abordagens das tendências futuras  dos atuais avanços tecnológicos.

Pedras in natura de ouro, cobre, prata, magnésio, entre outras,  além de inúmeros exemplares de meteoros, ao lado de peças lapidadas, utilizando matérias-primas caídas do céu, vão impressionando o visitante, que pode, também, conhecer os diferente usos, feitos pelo ser humano, em diferentes épocas da evolução humana. Usos medicinais, estudos em geologia, nanotecnologia, robótica e até mesmo efeitos holográficos são mostrados ao visitante, sempre permitindo um contato interativo com o visitante. 

Maquetes de regiões das minas e extração de recursos naturais servem não só para mostrar a riqueza das reservas mineiras, mas também para mostrar a identidade do Estado e de seu povo, formados a partir da mineração e da metalurgia. 

Holograma de uma pedra,colocada no fundo de um tubo,
porém vista na superfície de um vidro, através de recursos audiovisuais em 3 D. Foto Fernando Sanchotene 
A proposta dos organizadores é discutir com o visitante "o desvendar do papel do metal na vida humana, sua diversidade, características e processos produtivos e sua inserção no imaginário coletivo. Os metais são os elementos de maior diversidade no universo químico: entender o metal, os minerais e seus componentes significa entender o motor fundamental, não somente da industrialização e do desenvolvimento de uma sociedade, mas também da vida. Além disso, descobrir a riqueza de nosso solo e a diversidade dos minerais é um convite a um passeio especial pelas Minas Gerais, literalmente, no que se refere ao significado do nome de nosso Estado", segundo texto extraído do site http://www.mmgerdau.org.br/sobre-o-museu.   

Ainda segundo o mesmo texto, o MM Gerdau - Museu das Minas e do Metal foi implantado e mantido pelo Grupo EBX de 2008  a 2013. A partir de dezembro de 2013, a Gerdau assume a manutenção do espaço e o Museu passa a se chamar, desde maio de 2014, MM Gerdau - Museu das Minas e do Metal. 

Ametista: pedra bruta e lapidada em anel feminino
Foto Fernando Sanchotene 
Meteoro disponível ao tato pelo visitante.
Foto Fernando Sanchotene

No terraço também acontecia a exposição Tubismo,
do artista Ricardo Carvão Levy
Foto Fernando Sanchotene 

MOVIMENTOS
Centro Cultural Banco do Brasil 


Em cartaz, também no Centro Cultural Banco do Brasil, MOVIMENTOS, mostra individual do artista André de Castro, que foi exibida na Art Basel de Miami, BKLYN air no Dumbo-Brooklyn, assim como da Opus Galery, no Chelsea. 

"O artista visual André De Castro inspirou-se em movimentos políticos desencadeados em todo o mundo, durante os últimos anos, para elaborar painel formado por telas de silkscreen com uma série de retratos e referências a jovens que participaram das manifestações democráticas no Brasil, 2003, além da Turquia (2013), EUA (occupy, 2011) e Grécia (2010)". Texto divulgado pelos organizadores como forma de convidar o público a debater visualmente, em diferentes escalas de análise, esses complexos e vibrantes movimentos. 

O visitante pode, ainda, encontrar depoimentos gravados em vídeo, narrativas sobre os Movimentos espontâneos que culminaram em transformações da realidade, a partir de insatisfações e de questionamentos aos diferentes governos, que impingiam ao povo medidas saneadoras e que exigiam verdadeiros sacrifícios do povo, ao tempo que ocorriam desmandos, em uma ou mais instâncias de governo. Nada mais atual. 

Na foto, o destaque fica para o grande Mahatma Gandhi,
lider da maior revolução pacífica ocorrida na sociedade dita moderna. 


André de Castro também fez experimentos, procurando
fundir rostos renomados, como, acima, de Che Guevara e de Marylin Monroe.
Fotos de Fernando Sanchotene

O Balanço Final

Um amplo e diversificado roteiro foi cumprido em Belo Horizonte, deixando para trás o gosto de quero mais. Assim é Belo Horizonte, com suas largas ruas,  bem arborizadas, conservando o seu acervo arquitetônico histórico, estimulando a arte, a cultura e o conhecimento. Capital hospitaleira, povo amável e gentil, bons hotéis, bons restaurantes, rica em atividades de teatro, música ao vivo, clássicas e populares, culinária regional e também internacional, sem deixar de atender vegetarianos, veganos e visitantes com restrições alimentares. 

Núcleo polarizador de uma extensa região de turismo histórico, de saúde e de lazer, dizem que lhe falta apenas uma coisa para ser completa: o mar. Mas amplamente compensado pela diversidade das Minas Gerais, do jeitinho mineiro de caminhar e receber, deixando ao visitante, que retorna a suas origens, apenas uma interjeição que resume tudo: Uai! 

Valeu Belo Horizonte. Se Deus quiser até breve... 

A cidade de Belo Horizonte, vista do alto do prédio onde 

funciona o MM Gerdau de Minas e do Metal. 
Foto Fernando Sanchotene 


6 comentários:

  1. Parabéns pelo blog e pelos excelente relato de viagem.
    Tenho um blog também (http://zanzandopelomundoafora.blogspot.com.br) mas o meu nem chega aos pés do seu, rsrs
    Mais tarde vou dar uma olhada nos seus posts mais antigos pois tenho certeza que encontrarei muita coisa interessante.
    um abraço, Hortencia Pereira

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    1. Obrigado Hortência. Suas palavras me servem de incentivo para seguir em frente. Também não sabia que tinhas um blog. Vou conhecê-lo. Abração!

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  2. Delicia... Bh e assim, falta o mar mas farta a cultura... Deu saudade! Zeth

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  3. Obrigado Zeth! Mas você também é co-responsável por tudo o que aconteceu nessa viagem. Foi maravilhosa. Obriga pelas dicas. Obrigado mesmo! Abração!

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  4. Fernando, meu caro!
    Muito obrigado por compartilhar com os teus amigos, neste relato/reportagem detalhado e preciso, a viagem a BH e Inhotim.
    Dá vontade voltar a Minas e sua capital, onde a gente se sente tão bem. Um forte abraço.

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