sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

E-LEARNING

A partir do advento da Lei n. º 9.394/96 (a Lei de Diretrizes e Bases) e do Decreto Federal n. º 2.208/97, que a regulamenta, uma série de medidas governamentais vêm buscando promover a reestruturação da Educação, ajustando-a às necessidades da vida produtiva, marcada por rápidas e constantes transformações tecnológicas.
Os desafios impostos pelos novos tempos exigem a adoção de políticas educacionais que venham oferecer um ensino de qualidade, contextualizado, valorizando as experiências extra-escolares e a maior vinculação entre educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.
Não obstante, tais políticas somente se tornam eficazes se houver mudanças significativas em sala de aula. E, para tanto, cabe ao docente ser o grande articulador de uma maior aproximação entre escola e sociedade. Mas a Escola ainda não conseguiu se ajustar ao saber tecnológico, considerado irreversível para este século, carecendo de marcos explícitos e ferramentas analíticas que venham garantir a geração de novas competências. Para tanto, é necessária a realização de reflexões acerca da integração entre as praticas cotidianas escolares, o crescimento das tecnologias da informação e da comunicação e os saberes que esses geram, tanto no interior das escolas quanto fora dessas.
Crianças e adolescentes de hoje são portadores de uma nova cultura, feita por novos saberes e valores, fruto de mudanças nos meios de produção e difusão culturais de conteúdos e de modos de pensamento. Há uma predisposição das novas gerações em assumirem uma visão não alfabética (através da imagem), como forma de acesso e uso de produtos culturais, contrapondo a visão alfabética peculiar a uma cultura escolar e aquela adotada por docentes nela engajados.
É preciso, pois, que esses profissionais passem a adotar competências específicas que venham facilitar o diálogo com os novos alunos, garantindo as condições sociais (convivência) e pedagógicas (comunicação e interação) que viabilizem o significativo desenvolvimento da aprendizagem.
O novo docente deverá ser capaz de deixar de lado a escola burocrática, por outra que crie novos significados. Esses educandos esperam que o professor saia de uma cultura do exercício individual de ofício e caminhe para uma cultura de profissionalismo coletivo. Isso é, que o professor venha a abandonar atitudes que visam apenas “conservar o adquirido”, papel de mero reprodutores de culturas que a escola reproduz, por outro mais engajado, transformando a relação professor x alunos em professor e alunos.
A tecnologia central de ensino, pessoal intensiva, deve ser trocada por outra, que envolva, muitas vezes, signos contraditórios, passando o docente do futuro a ser um agente mobilizador de recursos múltiplos, tradicionais (a palavra, o caderno, o livro) e modernos (PC, Internet, etc) que sejam capazes de discernir e integrar as culturas da sociedade, a cultura dos jovens e aquela que é concebida pelos docentes. O novo docente deve ser capaz de compreender, apreciar e fazer dialogar as culturas incorporadas pelos alunos de instituições escolares. Cada vez mais a escola deve propiciar o multiculturalismo, onde a inclusão torna-se cada vez mais valorizada.

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